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Futuro dos Seguros

O caminho do futuro nos seguros

de Manuel Leiria / 12. Janeiro 2020

As inovações tecnológicas estão a criar um mundo de novas oportunidades e experiências na indústria seguradora cujos impactos, positivos e negativos, para a sociedade e para a economia, não são ainda totalmente antecipáveis. Mas são já identificáveis profundas alterações nos processos internos das companhias e na forma como se relacionam com os clientes. As seguradoras têm desenvolvido novas competências analíticas, aproveitando a enorme quantidade de informações que dispõem, resultantes das interações com os clientes, da telemática, das redes sociais, entre outras fontes. E, dessa forma, a clássica, conservadora e distante indústria seguradora tem vindo a transformar-se numa atividade próxima, disponível e moderna.

As fusões e aquisições tendem a intensificar-se no futuro próximo. Vários fatores, ao nível do ambiente global dos negócios, da indústria e das companhias, determinam esta tendência. Ao nível macroeconómico, a manutenção de taxas de juro historicamente baixas, nomeadamente na Europa, num ambiente em que escasseiam as alternativas de investimento atrativas. Para os grandes grupos seguradores, o investimento em empresas dentro do ecossistema surge como uma opção cada vez mais atrativa de aplicação dos recursos gerados no ciclo produtivo “invertido” dos seguros.

Ao nível da indústria, existe um evidente excesso de capacidade produtiva e uma dificuldade, cada vez maior, de crescer organicamente, especialmente em mercados maduros como o europeu e o norte-americano.

Ao nível das companhias, o surgimento de novos fatores críticos de sucesso, nomeadamente as competências em “data science”, que muitas seguradoras não possuem. O estabelecimento de alianças estratégicas entre as seguradoras e entre seguradoras e os novos players de base tecnológica, as Insurtech, tem sido uma das formas de colmatar a ausência destas novas competências.

As alterações climáticas são o terceiro tema incontornável, que tem vindo a ganhar uma elevada relevância nos seguros, com efeitos prejudiciais, diretos e indiretos, na rentabilidade da indústria. Diretamente, as catástrofes naturais geram, anualmente, perdas gigantescas às seguradoras e resseguradoras, com a agravante de tenderem a agravar-se nos próximos anos. De acordo com a SwissRe[1] , apesar de em 2018 não ter havido um grande desastre natural, ao nível do Katrina em 2005, do tsunami japonês em 2011 ou dos furacões Harvey, Irma ou Maria em 2017, as catástrofes de menor escala terão provocado a morte de 13500 pessoas e perdas económicas de USD 155 biliões.

Mas, para além dos efeitos diretos, as catástrofes naturais também têm provocado um aumento no grau de incerteza associado à indústria seguradora, aumentando o risco para os investidores, reduzindo, dessa forma, a sua atratividade.

Para além destes temas frequentemente referidos quando se identificam as tendências que marcam o negócio dos seguros, importa ir mais além na projeção das profundas alterações que estão a mudar o negócio dos seguros. Os seis tópicos seguintes são determinantes centrais dessa evolução.

  1. O agravamento da seleção adversa
  2. A decomposição dos produtos
  3. Os novos profissionais
  4. O aumento da presença das FAANG (Facebook, Apple, Amazon, Netflix e Google)
  5. O ativismo social e ambiental
  6. A universalização da indústria

Referencia:

[1] Swissre.com,Confronting the cost of catastrophe

 

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